terça-feira, agosto 30, 2005

Com menos razão nem sempre estamos errados


Já sentindo falta de aproveitar meus altos e baixos – principalmente - para desabafar, estou aqui de novo. Desta vez com uma meta: ser mais pessoal e menos racional. Acho que vai ser um bom treino para me acostumar a agir com mais liberdade, mais emoção e menos razão diante da vida. Sabem o porquê disso? Estranho, no mínimo. Eu que sempre me afasto do que escrevo. Eu que nunca uso o “eu”. Eu que sempre me apego às pseudoteorias criadas por mim e à outras tantas, que leio e me afino (pseudo não por serem literalmente falsas, mas, por serem criadas usando minha visão, talvez limitada).
Tudo bem, menos razão. O que escrever com mais emoção? Isso seria se expor. Não me sinto bem assim. Então, por um mecanismo de defesa, me aproximo do racional. Vamos devagar, então:
Hoje fui à aula, sentei-me sem vontade nenhuma de fazer social. Não me senti angustiado por essa escolha de hoje. Consegui me concentrar quase que durante toda aula – vitória! Estou trilhando meu caminho. Mais forte (mesmo com / por causa de) todas as adversidades do caminho. Estou superando e tendo respostas mais inteligentes. O tempo falará por si com todas as conseqüências dos “hojes”. Torço para que sejam melhores do que às dos “ontens”.

domingo, agosto 21, 2005

Encontros e desencontros


Precisava reler esse texto publicado no meu antigo blog.
Ás vezes, a vida parece um ciclo de dejavu! Encontros e desencontros o tempo todo. Para que pensar tanto?! Para hesitar mais?! Acho que já chega disso, apenas por hoje - como diria um adicto em recuperação...
Não é por coincidência o título do texto de hoje ser exatamente o mesmo do filme “Lost in translation” (título original) com Bill Murray e a encantadora Scarlett Johansson. Com 4 indicações ao Oscar, o filme dirigido por Sofia Coppola seduz desde o início com os irreverentes choques entre a tradicional cultura japonesa e o “american way of life”, além das belíssimas imagens com a atriz Scarlett.
Pensando sobre a naturalidade dos acontecimentos e o roteiro abordando assuntos diversos, não foi difícil perceber a essência do projeto: demonstrar o cruzamento dos caminhos de duas pessoas com histórias diferentes, mas que por obra do acaso tiveram, naquele momento, muito em comum. Como disse a própria atriz em uma entrevista ao JB: “pessoas que não teriam contato porque estão em faixas etárias diferentes se vêem compartilhando experiências(...)”.
Assim, tendo como pano de fundo essas belas imagens, ainda frescas na memória, surgiu um insight interessante numa “simples” viagem de ônibus de Copacabana para casa: com a sensibilidade um pouco acima do comum –se é que isso é possível- pude perceber uma sensação quase unânime: carência. Além do mal-estar típico do homem contemporâneo, sentia no ar olhares se cruzando como se buscassem uma resposta e, acima de tudo, atenção.
As pessoas, ao mesmo tempo que estavam receptivas interiormente para o início de uma troca, de um diálogo, brigavam silenciosamente num jogo de gestos, com uma certa esperança de reação do outro, no sentido de tomar iniciativa. Simples toques de ombros e pernas ganham significados extremamente misteriosos. Os olhares se desviam, o corpo fala timidamente e... nada. Minutos passam, o ônibus pára, ela desce. Certamente suas vidas não tinham muito em comum, caso contrário, não teriam já se visto em outra oportunidade? Naqueles instantes, pessoas desconhecidas dividiram o mesmo banco, e tiveram, como no filme a oportunidade ímpar de enriquecerem suas vidas compartilhando novas experiências. Para aproveitarmos essas chances basta que decidamos se vamos querer encontros ou desencontros.

domingo, agosto 14, 2005

Nunca tenha receio daquilo que está por vir

“Nunca tenha receio daquilo que está por vir.
Abrace a incerteza e deixe-se levar por ela.
Enfrente-a quando ela desafiar seu coração e sua mente.
Ao longo de seu caminho para a felicidade, não se arrependa.
Mergulhe de cabeça em sua próxima ação.
Aproveite cada momento como ele se apresenta.
Pois você nunca mais terá outro igual.
E se acontecer de você perceber que está perdido, apenas respire fundo e recomece.
Refaça seu trajeto e volte ao lugar mais puro de seu coração.
Aonde vive sua esperança.
Ali reencontrará seu caminho.”

Belíssima carta escrita por uma mãe, antes de morrer, para ser entregue ao seu filho no dia de sua formatura no colégio. Sem mais comentários.
(retirado de: Everwood, Warner Channel).

sexta-feira, agosto 05, 2005

Estação fria?! Dias quentes

Era um dia quente de inverno, após curtas férias de muita dedicação interior e revisão de erros em níveis acadêmicos e emocionais. Ele começara suas aulas. Sua apreensão diante de primeiros dias fora agravada com um sentimento de perda que o tomara de forma constante e gradativa. Talvez fosse por causa das lembranças dos deslizes que cometera há pouco, talvez fosse em razão de seus questionamentos intensificados por elas.
Racionalmente ele se lembra da sábia mensagem “nada além de ver” e, se determina um prazo mínimo para poder se estressar com algo que ainda não tivera efetivo, e atual, contato.
Ele presta atenção na respiração e segue em frente.
Alguns cumprimentos e ele tem a sensação de receber uma mensagem mais abrangente.
O dia termina sem deixar ressentimentos. Ele percebe que fez o melhor. Observa que em sua vida muitas coisas que aparentemente eram perdas no final se transformaram em ganhos.
Toma como certo que não está racionalizando para autodefesa, mas, reconstruindo com o que tem.
Volta pra casa com bons colegas, pensa seus objetivos em curto prazo e, sente que mesmo no inverno alguns dias podem ser quentes. Anima-se, compra o livro que gostaria de ler há algum tempo e continua a se conhecer melhor.