sexta-feira, janeiro 29, 2010

Relações cariocas (1)



Daria pra escrever um livro sobre os vários aspectos da sociologia e antropologia carioca sem deixar de lado as peculiaridades individuais tratadas pela psicologia. Na verdade seriam três tratados.
Tais observações são um convite à deixar a cidade maravilhosa.
Talvez, por isso, procastino esse escrito sem deixar de lembrar o que Sérgio Buarque de Holanda escreve sobre o brasileiro de forma geral referindo-o como o "homem cordial". Ao contrário do que se imagina numa leitura rápida não se trata de um homem gentil, ou bom. Ilustra o homem que age, segundo a etiologia da palavra, essencialmente pelo coração - cordis. Segundo o próprio "pai do Chico" (como gostava de ser chamado) o brilhante historiador dizia que o homem cordial é aquele que age com a emoção no lugar da razão, não vê distinção entre o privado e o público, detesta formalidades e põe de lado a civilidade.
Pronto, aí começa a ficar complicado... Hoje é sexta, dia de sol. Amanhã, além de dia de praia para o carioca, já será possível ver nas ruas preliminares do carnaval com os blocos e suas marchinhas intermináveis. Fenômeno revitalizado há alguns carnavais, carinhosamente apelidado de "bloquinho".
Deixo essas reflexões para uma segunda-feira a noite, chuvosa. Ou quando meu mau-humor quase distímico surgir mesmo com o sol.

1 Comments:

Anonymous Wilen Norat Siqueira said...

CAR-NA-VAL!

O que será ou terá por trás dessa palavra? Uma situação de extrema euforia com o máximo dos sabores de um feriado; aliás, é o maior dos feriados: quatro dias inteiros de dedicação exclusiva. É o ponto-alto do ano. Natal? Reveillon? Que nada!

Nesses dias, solteiros enamoram-se; casados desquitam-se; jovens amadurecem; homens são mulheres sendo heterossexuais com mais todas as combinações possíveis sem afetar a masculinidade ou feminidade e senhores brincam como em décadas anteriores. E não necessariamente nessa ordem ou lógica linear: o importante mesmo é aproveitar este momento em que o Morfeu do dia-a-dia nos deixa livre para viver tudo que já sonhamos acordados. Depois, voltam todos para a realidade mais inconsciente - no próximo carnaval quero isso; quero aquilo; quero viajar para...

Nesse momento impossível de proibir neste mundo de faz-de-conta, o que predomina é a certeza de que tudo o que é bom acaba.

O que seria do preto sem o branco? Do claro sem o escuro? Do nada sem o tudo?

"Atrás desse trio elétrico só não vai quem já morreu..."

CARNAVAL = POSSIBILIDADES.

12:34 AM  

Postar um comentário

<< Home