domingo, fevereiro 20, 2005

Brilho eterno de uma mente sem lembranças

Ele estava esperando por sua condução, para ir trabalhar. Pensava que aquele seria mais um dos eternos dias entediantes e comuns. Aliás, comum e normal eram palavras que freqüentemente lhe geravam aversão. Não por ele ser excêntrico ou algo parecido... Pelo contrário, simplesmente por ele ser sempre assim desse jeito, simplesmente; Por ele sempre andar conforme os bons e rotineiros costumes.
Carpe diem?? Ele já deve ter ouvido falar sim... provavelmente em uma loja de perfumes.

Tudo se passava, todos os dias, da mesma forma. Como uma novela chata em que se pode ficar uma semana, ou talvez um mês, sem assisti-la, que, mesmo assim, saberíamos o andamento daquelas vidas, daqueles personagens com profundidade de pires.

Mal sabia ele: aquele era “o dia”. Seriam as primeiras vinte e quatro horas mais surpreendentes do resto de sua vida. A partir dali, criava-se um marco, tão importante como a ilha avistada pelo navegador antecipando seu porto preferido.

Ele a encontrou. Na verdade, ela o encontrou e ele acabou por se encontrar. Não seria ele um daqueles que necessitava de outro para atingir seu bem-estar pleno, nem tampouco transferia ao exterior a responsabilidade de preencher um vazio interno.
Ela estava ali para acrescentar, para despertar algo que era novo, interessante, encantador, impressionante mas que habitava dentro dele.

A partir dali nada seria como antes. Pequenos momentos seriam mágicos, para os dois. O que eles não sabiam?
Como isso tudo realmente começou.